sexta-feira, 17 de julho de 2015
A evolução do homem e a epidemia de obesidade
É importante entender a epidemia de obesidade que está ocorrendo
na humanidade. Ela tem uma base sólida na genética e na antropologia.
Há seis ou sete milhões de anos, o nosso ancestral era ainda quadrúpede
e se alimentava basicamente de grãos, insetos e pequenos animais.
Seus molares eram muito pronunciados e os caninos, poucos.
Portanto, ele já conseguia prover-se de proteínas.
Com a evolução, há mais ou menos três e meio a quatro milhões
de anos, passamos a andar com dois pés. As teorias dão conta de que,
na situação de bípede, o homem conseguiu alcançar novas fontes alimentares,
despendendo menos energia nas tarefas do dia a dia. Consequentemente,
passou a acumular energia.
Como bípede, continuou a se alimentar basicamente de grãos, mas
já consumia proteína animal. Como não tinha condição de caçar adequadamente,
comia animais mortos, doentes e carcaças, provendo-se de energia.
A evolução do homem e a epidemia de obesidade.Essa energia foi fundamental para o desenvolvimento cerebral da
espécie humana. Como não se sabia o dia de amanhã, nosso bípede
procurava comer o máximo quando encontrava alimento. Houve
uma seleção natural: aqueles que tinham genes que acumulavam mais
energia sobreviveram.
Quando o homem começou a descobrir armas como a lança e a
pedra lascada, passou a caçar de uma forma mais efetiva. Levava o
animal nas costas até sua caverna, mas nem sempre conseguia caçar.
Por isso, não engordou, mesmo tendo mais facilidade para buscar alimento.
Quem não conseguia abater a sua caça sucumbia.
Em tempos mais próximos, coisa de 20 mil anos atrás, passou-se a
usar uma agricultura rudimentar, que também provia cereais. E quando
falamos em cereais, falamos em hidrato de carbono, em carboidratos,
que foram fundamentais para o desenvolvimento das funções cognitivas
da espécie humana. Isso já foi bem demonstrado pela pesquisa
científica.
Esses genes continuam conosco hoje. Não houve uma mudança genética
considerável, o que houve foi uma mudança de hábitos de vida
e uma facilidade muito maior na busca do alimento.
Fundamentalmente, a razão de termos hoje uma epidemia da obesidade
é a facilidade no acesso aos alimentos, dieta errada e pouca
atividade física.
Nos Estados Unidos, onde essa questão é mais estudada, a obesidade
afeta cerca de um terço dos adultos, e dois terços têm sobrepeso,
ou seja, um Índice de Massa Corpórea (IMC) entre 25 e 30, o que já é
uma situação inadequada para a saúde. As crianças e os adolescentes
não estão livres do problema: 17% apresentam sobrepeso.
No Brasil, em média 40% da população, tanto homens quanto mulheres,
apresentam sobrepeso ou obesidade. Essa é, hoje, uma questão
de saúde pública.
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